quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Blue Jasmine (2013)

Foto 1 - Cate Blanchett como Jasmine em Blue Jasmine


O que falar de um filme leve, bem dirigido, envolvente e com excelentes atuações – principalmente, daquela que deveria brilhar mesmo? Pois bem, Blue Jasmine é tudo isso. Jasmine (Cate Blanchett) é uma socialite casada com Hal (Alec Baldwin) um fanfarrão-enrolador. A partir de complicações financeiras e amorosas, Jasmine se verá obrigada a morar com sua irmã – que tem modos e gostos discutíveis – Ginger (Sally Hawkins). A verdade é que o longa não possui nenhuma questão filosófica, transcendental ou nunca discutida. O fato é que Woody Allen tem se especializado nesse segmento de filmes – desde Match Point ou Vicky Cristina Barcelona, pelo menos. Desde que entrei numa sala de cinema comercial, para ver uma de suas criações, e a vi lotada – como quando assisti Meia-Noite em Paris – comecei a pensar assim. E olhe que o longa que se passava em Paris era de bem mais difícil compreensão do que Blue Jasmine. Mas enfim, quem também disse que toda película precisa ser ‘cabeça’? Ela precisa entreter, e nisso, Allen é um gênio primoroso – ou tem sido desde então. Ainda mais, quando conta com a participação da Cate Blanchett – chegou ao ponto que eu queria. Posso dizer que ela está apaixonante, incrível, linda, perfeita, neurótica? Blanchett segura a trama de ponta a ponta, todas as nuances de uma personagem em colapso mental, apoiada, diga-se de passagem, por um talentoso elenco secundário – os que já citei mais o Peter Sarsgaard. Minha crítica foi escrita em apenas um parágrafo, como se tivesse sido feita com um único suspiro. O único que sobrou após ver uma Cate Blanchett magistral, se dependesse de mim, o Oscar já estaria em sua sala de estar.
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Blue Jasmine (Blue Jasmine), Estados Unidos, 2013. Dirigido por Woody Allen. Com: Cate Blanchett, Alec Baldwin, Sally Hawkins, Peter Sarsgaard. 98 minutos. Gênero: Comédia, Drama.

Nota: 9.0 

domingo, 12 de janeiro de 2014

12 Years a Slave (2013)

Foto 1 - Chiwetel Ejiofor como Solomon em 12 Anos de Escravidão

Se na temporada passada, em Lincoln, nos foi mostrada a batalha do então presidente americano pela promulgação da 13ª emenda, em 2013, novamente, um tema histórico focando na condição do negro surge. 12 Anos de Escravidão conta a saga real de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), negro nascido livre que é transformado em escravo. No entanto, o novo enfoque está em como isso acontece. Solomon vive em Nova Iorque com sua família, e ostenta uma boa qualidade de vida, juntamente, com uma capacidade invejável de articular ideias e persuadir, contudo, uma viagem à Washington, D.C., mudará sua vida.

Tirando esse aspecto novo, o restante do longa é cheio de lugares comuns que todos nós já conhecemos, principalmente, por sermos brasileiros e também termos um passado escravocrata. Entretanto, se aqui os negros produziram, dentre outras, a riquíssima manifestação cultural que chamamos samba, lá, o fruto do trabalho pesado, das chicotadas, dos maus tratos, enfim, das péssimas condições de vida, deram origem ao blues. Estilo esse que seria importantíssimo para o desenvolvimento do jazz e do rock and roll, por exemplo. Mostrar essa nuance é um ponto positivo do roteiro.

Apesar de nos fazer pensar sobre a ‘criatividade’ humana para burlar leis, acredito que 12 Anos de Escravidão não seja o melhor filme do ano passado. E que também não possui o melhor elenco da temporada – visto que ele foi indicado ao SAG nessa categoria. Chiwetel Ejiofor apesar de não atrapalhar o desenrolar da trama, também não se destaca. Sua performance pode ser classificada como morna, mesmo que o seu personagem exigisse maiores arroubos dramáticos. Ainda não vi a atuação dos outros atores cotados ao Oscar, mas diante mão, ele não me empolgou. Por outro lado, a Lupita Nyong'o que interpreta a Patsey e que sofre os abusos do seu senhor e da esposa dele, me chamou a atenção, olho nela! Por fim, como eu acredito que algumas coisas sempre precisem ser discutidas e mostradas, eu recomendo o filme, mas saiba que você não terá grandes surpresas.
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12 Years a Slave (12 Anos de Escravidão), Estados Unidos, 2013. Dirigido por Steve McQueen (II). Com: Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender, Lupita Nyong'o, Paul Dano, Brad Pitt. 133 minutos. Gênero: Biografia, Drama, Histórico.
Nota: 7.5 

sábado, 4 de janeiro de 2014

Gravity (2013)

Foto 1 - Sandra Bullock em Gravidade

Ryan Stone (Sandra Bullock) é a estrela do filme Gravidade. Ela interpreta uma astronauta que juntamente com Matt Kowalsky (George Clooney) trabalham no conserto do telescópio Hubble. Tudo vai bem, até que estilhaços de um equipamento russo passam a colidir com outros objetos e a causar uma série de estragos, explosões e mortes. Daí em diante, o longa centra-se na tentativa de sobrevivência da Dra. Ryan.

Não vi a trama em 3D, nem em IMAX e, provavelmente, com estes recursos deve-se ter sensações diferentes daquelas que experimentei. Não sou um técnico, mas sem dúvida, a película deve ter trazido novas tecnologias de captação de imagens, efeitos especiais e tem uma excelente fotografia, não há como negar isso. No entanto, a técnica em si nunca me encheu os olhos – basta ler a minha crítica sobre Avatar.

Se por um lado, meu conhecimento é rasteiro no aspecto da técnica, por outro, sei apreciar bem um bom argumento, trama e diálogos. E nesse campo, o filme deixa, e muito, a desejar. O filme Gravidade é tão raso que só consigo escrever um parágrafo de cinco linhas sobre seu enredo. E, diga-se de passagem, apenas de forma descritiva, visto que ele não possui um propósito ou questão. Na minha inocência, pensei que ele trouxesse algum mote à la Solaris ou 2001, ledo sonho e engano. Mas mesmo raso nesse sentido, ele ainda poderia ser um bom suspense, mas nem isso. Situações esperadas são as únicas coisas que os roteiristas conseguem nos entregar.

Para mim, é um filme demasiadamente valorizado. Sandra Bullock – que provavelmente será indicada ao Oscar de Melhor Atriz, não sei como – tem apenas uma expressão facial o filme todo, a de desespero, que inclusive lembra muito a ‘emoção’ transmitida pela Leigh Anne Touhy de Um Sonho Possível. Em suma, a contar o burburinho positivo de várias pessoas, os deuses devem estar realmente loucos. Que filme algum se preocupe com essa gravidade que não atrai nada.
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Gravity (Gravidade), Estados Unidos, 2013. Dirigido por Alfonso Cuarón. Com: Sandra Bullock e George Clooney. 90 minutos. Gênero: Drama, Ficção Científica, Suspense. 
Nota: 6.0