Em ‘Central do Brasil’, Fernanda Montenegro que interpreta Dora, mostra como se transformar em um mesmo filme, um ‘anti-heroi’ em uma mulher doce, que de tão maltratada pela vida, torna-se áspera e seca. Dora escreve cartas, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, e apesar das várias histórias simples, e por isso mesmo, tocantes que redige todos os dias, não consegue sentir nenhum tipo de sentimento. Há nisso um contraponto, Irene (Marília Pera), que apesar de não ser nenhuma flor que se cheire, funciona como o superego de Dora, dotando-a de compaixão pelo próximo e senso de limite nas suas atitudes.
A fotografia do filme é ótima, sem pudor, a produção mostra um Brasil através das estradas, palavrões, transporte público caótico, um clima angustiante e uma violência desnecessária, mas real. Então você pensa... Como um roteiro extremamente simples e controverso conseguiu tamanho êxito? E eu digo, mas são nas coisas simples que reside a beleza. A história tem caráter totalmente universal. Trata-se: 1) da busca de um parente por um garoto só no mundo, 2) um garoto ansioso por encontrar um familiar que mesmo desconhecido é a sua razão para viver, e 3) no reencontro de uma mulher consigo mesma. Mas é preciso dizer, mesmo com esse enredo com bastante apelo emotivo, em momento algum, o longa beira o piegas, e isso devido a força das interpretações vistas.
É estranho, para mim, ter que ver, nas novelas, uma performance abaixo daquela que já foi (e ainda é) uma atriz aclamada por muitos. Se Fernanda Montenegro para você é apenas a Bia Falcão, meu caro, Central do Brasil e Eles Não Usam Black-Tie são os filmes certos para você. Indubitavelmente, nesses filmes estão uma das melhores atuações que eu já pude ver. Eu sou um daqueles que acha que Fernanda Montenegro deveria ter ganhado de lavada, da sem-graça e aguada, Gwyneth Paltrow no Oscar de 1999. Fernanda junto com o Vinícius de Oliveira consegue ser tocante ao extremo, prendendo a atenção do espectador desde os primeiros minutos de filme. Central do Brasil é um filmaço pelas interpretações e por mostrar o Brasil na sua forma mais crua!
-------------------------------------------------------------------------------------------------A fotografia do filme é ótima, sem pudor, a produção mostra um Brasil através das estradas, palavrões, transporte público caótico, um clima angustiante e uma violência desnecessária, mas real. Então você pensa... Como um roteiro extremamente simples e controverso conseguiu tamanho êxito? E eu digo, mas são nas coisas simples que reside a beleza. A história tem caráter totalmente universal. Trata-se: 1) da busca de um parente por um garoto só no mundo, 2) um garoto ansioso por encontrar um familiar que mesmo desconhecido é a sua razão para viver, e 3) no reencontro de uma mulher consigo mesma. Mas é preciso dizer, mesmo com esse enredo com bastante apelo emotivo, em momento algum, o longa beira o piegas, e isso devido a força das interpretações vistas.
É estranho, para mim, ter que ver, nas novelas, uma performance abaixo daquela que já foi (e ainda é) uma atriz aclamada por muitos. Se Fernanda Montenegro para você é apenas a Bia Falcão, meu caro, Central do Brasil e Eles Não Usam Black-Tie são os filmes certos para você. Indubitavelmente, nesses filmes estão uma das melhores atuações que eu já pude ver. Eu sou um daqueles que acha que Fernanda Montenegro deveria ter ganhado de lavada, da sem-graça e aguada, Gwyneth Paltrow no Oscar de 1999. Fernanda junto com o Vinícius de Oliveira consegue ser tocante ao extremo, prendendo a atenção do espectador desde os primeiros minutos de filme. Central do Brasil é um filmaço pelas interpretações e por mostrar o Brasil na sua forma mais crua!
Central do Brasil, Brasil - 1998. Dirigido por Walter Salles. Com: Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Marília Pêra. 113 minutos. Gênero: Drama.
Nota: 10,0