A partir dos interesses envolvidos, a história de um assassinato, pode ter muitas versões. No entanto, a existência de uma carta altera todo o desenrolar dos fatos, e aponta para um único caminho, o da verdade. ‘A Carta’ é a terceira parceria do diretor William Wyler com a atriz Bette Davis. Nele, a atriz interpreta a Leslie Crosbie, uma mulher que desde a primeira cena mostra-se calculista e autocentrada – sendo esse estereótipo reforçado pelo hábito da personagem de fazer clochê. Além disso, a primeira cena já é bastante impactante e pouco convencional para um filme produzido em 1940 pelo fato de ser realizada por uma mulher. Estou me referindo ao momento da morte do Jeff Hammond e aos momentos que seguem, onde ela conta o que ocorreu ao marido e a outros personagens.
A partir daí inicia-se um procedimento legal que caminha para que a ré seja inocentada, pois ela teria cometido o assassinato em legítima defesa. Até que um evento inesperado acontece. Junto ao corpo havia uma carta da Leslie que contradizia o álibi de que há muito ela não mantinha contato com o Jeff. Inclusive, a cena em que a Leslie é colocada contra a parede pelo seu advogado é ótima. É aquele tipo de situação em que se dá corda para a pessoa se enforcar e onde a pessoa mente descaradamente, até o momento que a verdade surge, e o mentiroso fica procurando um buraco para se esconder.
Entre chantagens, compra de provas e envolvimento direto do advogado nesses crimes, Leslie consegue ser inocentada. Mesmo conseguindo o perdão de todos, inclusive do marido, ela mesma não consegue esquecer a motivação do crime. Bette Davis tem uma ótima atuação, sempre precisa e bastante controlada em seus gestos e nas suas falas. Ela consegue fazer muito bem esses papéis que normalmente não tem a simpatia do público. Não é nada que se compare à Regina Giddens de The Little Foxes, mas Leslie Crosbie em menor dose também é manipuladora, simulada, egocêntrica e egoísta.
O longa não chega a entrar no hall dos memoráveis, mas está cheio de bons momentos da Bette Davis. Com ele, ela conseguiu sua quinta indicação ao Oscar, figurando na lista de melhor atriz pelo terceiro ano consecutivo. Com um forte caráter de thriller, Bette Davis conseguiu mostrar seu total domínio sob os papéis que executava. Não falta nada, sua postura, seus gestos e inflexões são tão precisas quanto deve ser o ato de matar alguém sem deixar rastros. Há exatos 22 anos, a atriz que foi considerada a ‘The First Lady of Film’ nos deixava, e essa é a forma que o chá de poejo tem de homenageá-la.
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A partir daí inicia-se um procedimento legal que caminha para que a ré seja inocentada, pois ela teria cometido o assassinato em legítima defesa. Até que um evento inesperado acontece. Junto ao corpo havia uma carta da Leslie que contradizia o álibi de que há muito ela não mantinha contato com o Jeff. Inclusive, a cena em que a Leslie é colocada contra a parede pelo seu advogado é ótima. É aquele tipo de situação em que se dá corda para a pessoa se enforcar e onde a pessoa mente descaradamente, até o momento que a verdade surge, e o mentiroso fica procurando um buraco para se esconder.
Entre chantagens, compra de provas e envolvimento direto do advogado nesses crimes, Leslie consegue ser inocentada. Mesmo conseguindo o perdão de todos, inclusive do marido, ela mesma não consegue esquecer a motivação do crime. Bette Davis tem uma ótima atuação, sempre precisa e bastante controlada em seus gestos e nas suas falas. Ela consegue fazer muito bem esses papéis que normalmente não tem a simpatia do público. Não é nada que se compare à Regina Giddens de The Little Foxes, mas Leslie Crosbie em menor dose também é manipuladora, simulada, egocêntrica e egoísta.
O longa não chega a entrar no hall dos memoráveis, mas está cheio de bons momentos da Bette Davis. Com ele, ela conseguiu sua quinta indicação ao Oscar, figurando na lista de melhor atriz pelo terceiro ano consecutivo. Com um forte caráter de thriller, Bette Davis conseguiu mostrar seu total domínio sob os papéis que executava. Não falta nada, sua postura, seus gestos e inflexões são tão precisas quanto deve ser o ato de matar alguém sem deixar rastros. Há exatos 22 anos, a atriz que foi considerada a ‘The First Lady of Film’ nos deixava, e essa é a forma que o chá de poejo tem de homenageá-la.
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The Letter (A Carta), Estados Unidos, 1940. Dirigido por William Wyler. Com: Bette Davis, James Stephenson, Herbert Marshall. 95 minutos. Gênero: Drama.
Nota: 8.0
2 comentários:
Bette sempre maravilhosa, né?
Ótima resenha, Santiago.
Parabéns :D
Oi Miguel,
valeu e obrigado por visitar o blog.
Abraço!
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