quinta-feira, 13 de maio de 2010

Parabéns pelos 105 anos!

Hoje é um dia especial para todos fanáticos torcedores do Sport Club do Recife. Há exatos 105 anos, em 13 de maio de 1905, Guilherme de Aquino reunia, no Recife, ardentes seguidores fundando uma nação de vencedores. Apesar de ainda precisar melhorar em muitos setores da sua administração, e ai sim, entrar para o hall dos grandes clubes brasileiros, os incansáveis rubro-negros não cansam de dizer: Sport, uma razão para viver! Parabéns pelos 105 anos de existência, porque esse é o Sport que emociona, é o Sport que a gente ama!

domingo, 9 de maio de 2010

A Single Man (2009)

Um dia pode mudar o resto da nossa vida? A resposta é clara e óbvia. Sim! A sensação de vazio e do voar dos dias às vezes nos faz subestimar a importância que alguns minutos podem ter. Não é difícil, em algumas circunstâncias, termos que decidir ou mostrar nosso potencial em rápidos 15 minutos. E o resultado produzido neste curto período repercutirá sobre o que faremos nos próximos 2, 3 ou 4 anos. Pois bem, em A Single Man (2009) vivemos com George (Colin Firth) 1 dia de sua vida e descobrimos seu pesadelo, sua paixão e seu desafio. Seu pesadelo é lembrar-se da morte do companheiro (Jim), sua paixão foi o seu companheiro Jim (Matthew Goode) com quem viveu durante 16 anos, e o seu desafio é cometer o seu tão planejado suicídio.

George está morrendo por dentro – essa percepção é ajudada pelo belíssimo trabalho de arte do longa -, mas não se permite externalizar isso. Nem mesmo para sua melhor amiga, Charlotte (Julianne Moore), com quem na juventude teve um affair. Além disso, parece que ele não é um gay assumido, até porque estamos falando da Califórnia de 1962. Ou seja, ele tem um autocontrole que no contexto o torna cada vez mais sufocado. Ele não consegue se envolver com mais ninguém, nem mesmo de forma casual. Até que tem um tipo de situação atípica em um encontro que não foi programado com um de seus alunos (Kenny) que por coincidência se parece muito com ele. Kenny parece ter se envolvido com uma amiga, tal como George, mas que parece nutrir algum tipo de paixão pelo mestre.

A história que é contada em flashbacks é tomada por sentimentalismos. E esse último ponto para mim, é o que faz a película perder força. Esse ingrediente faz o drama se tornar em um dramalhão. Gosto muito de ver atores em cenas fortes que exigem grande capacidade cênica, mas convenhamos que a esfera criada de – ai meu Deus, vou me matar! – torna maçante alguns momentos do filme, até porque é evidente que ele não concretizará o ato. No entanto, um ponto muito positivo e que não deixa a trama descambar totalmente, é a atuação do Colin Firth e do elenco de apoio. Os momentos de cumplicidade de Firth e Moore são belíssimos – ajudados ainda mais pela maravilhosa voz da Etta James –, tal como o momento em que ele tem conhecimento da morte de Jim. Firth consegue mergulhar psicologicamente em um personagem pouco comum no cinema de maneira primorosa.

Em suma, A Single Man (2009) está longe de ser um clássico, no entanto, é uma aula de bom gosto. Dirigido pelo Tom Ford, cada figurino, cada plano e cada ator parece ter sido escolhido a dedo e com bastante esmero. No entanto, o excesso de sentimentalismo da trama prejudica o desenvolvimento do filme que se torna cansativo no tocante ao dilema do protagonista entre continuar a viver ou cometer suicídio. Sobre o excesso de artificialidade imposta pelo diretor que muitos andam criticando não são problemas para mim, em minha ótica, eles nos ajudam a entender o estado espiritual do protagonista e cria um clima cult interessante.

Para ver o site oficial do filme, clique aqui.
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A Single Man (Direito de Amar), Estados Unidos - 2009. Dirigido por Tom Ford. Com: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Goode. 101 minutos. Gênero: Drama.
Nota: 8.5

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Alice in Wonderland (1951)

Nota:

Essa postagem foi originalmente publicada por mim com o título de “Mas eu não quero ver gente maluca”, em 2009, quando eu ainda escrevia no “mão no teto e chão no pé”. Nessa versão, agora presente no chá de poejo, mudei o título e cortei algumas passagens.
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Você já imaginou um lugar onde flores pensam que você é uma erva daninha, lagarta faz o estilo fumante-intelectual, um coelho apressado corre porque está atrasado, um gato fica sobre sua própria cabeça, chaleiras cantam, urubus são guarda-chuvas, corujas têm pescoço de sanfona e maçanetas falam? Pode acreditar, esse lugar existe! Pelo menos, em “Alice no País das Maravilhas (1951)”.Esse é um filme clássico que muitos devem ter assistido quando eram crianças. Sem dúvida, ter contato com essa obra da Disney é submergir e brincar com a imaginação.

Alice é uma garota chateada com seu cotidiano sem grandes emoções. Para ela, sua vida é um livro sem figuras. Acredito que os psicanalistas adorariam ter uma paciente aos moldes de Alice. O filme antes de tudo é uma estética associada à psique da protagonista (que não é tão protagonista). Ou seja, o que vemos é um determinado imaginário extraído de um sonho, sem necessariamente, importar coisas como, coerência, significados racionais e adequação.

Mas nem pense que nesse mundo surreal – literalmente – há apenas devaneios. O real também está no nonsense. O encontro de Alice com a lagarta é um deles. Incessantemente, a lagarta pergunta à Alice: Quem é você? Ora, em minha perspectiva, isso pode ser interpretado, na passagem, tanto como um artifício para desqualificar a fala da menina, ou seja, um instrumento de poder, como uma indagação reflexiva sobre a existência dela. Aqui, o autoritarismo perde espaço para uma ação fenomenológica. A lagarta, na verdade, pergunta à Alice, como é que ela se percebe no mundo. E é a própria inquiridora que dá a resposta ao se transformar em borboleta.

Em um caminho tortuoso, regado a explicações incompletas e conclusões precipitadas, temos um segundo momento que merece destaque. O primeiro encontro de Alice com o gato de Cheshire inicia-se com uma pergunta simples: Qual caminho devo tomar? O gato caminha em uma linha tênue entre loucura e lucidez, é ele que alerta a garota da insanidade dos outros, e dá pistas de como sobreviver neste ambiente. Veja se isso não é a vida real. 1) Estar com os outros, e discordar minimamente deles; 2) Tentar não irritar as pessoas; 3) Elogiá-los; e 4) Se adequar ao local, ou seja, nunca tente inovar muito em circunstâncias estranhas. Seguindo essas quatro regras, você sempre será bem quisto, no entanto, não será você mesmo.

Mas ainda não é esse o ponto. O mais interessante nesse encontro, é como o gato transmite a ideia de escolha associada a de responsabilidade individual. Se não se sabe qual caminho tomar, é porque não se sabe para onde ir, uma ótima definição para o que chamamos de “indecisão”. A seguir, uma pequena transcrição da conversa que se refere a esse debate que estamos tendo.

Alice: Eu só queria saber que caminho tomar.
Gato: Isso depende do lugar aonde quer ir.
Alice: Realmente não importa.
Gato: Então não importa que caminho tomar.

Enfim, para além de um filme infantil, “Alice no País das Maravilhas (1951)” traz bons pensamentos nada infantis. Diferentemente, de outros filmes com a marca Disney, este além do seu pouco ou nenhum comprometimento com a realidade, mostra que para um filme ser bom, não é preciso: 1) Que ele gire em torno de um grande propósito ou dilema, e/ou 2) Que haja uma lição de moral a ser apreendida ao longo dele. Quem não o viu depois de adulto, que o veja!
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Alice in Wonderland (Alice no País das Maravilhas), Estados Unidos - 1951. Dirigido por Wilfred Jackson, Hamilton Luske e Clyde Geronimi. Com: Verna Felton, Kathryn Beaumont, Richard Haydn. 75 minutos. Gênero: Animação, Fantasia, Musical.
Nota: 10.0

quinta-feira, 6 de maio de 2010

PENTACAMPEÃO!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Alice in Wonderland (2010)

É sempre difícil analisar um filme quando temos por referência outro que possui o mesmo enredo. É impossível não fazer comparações, e por isso, esse texto está cheio delas. Aqui é preciso dizer que o filme do diretor Tim Burton traz novas dimensões e a história é contada de forma mais “redonda” do que aquele produzido pela Disney em 1951. O que quero dizer com isso? Ao mesmo tempo em que entendemos um pouco da vida de Alice (por ex., a sua pseudo-festa de noivado com um engomadinho que é um baita de um chato), e de como algumas pessoas da sua vida “real” se parecem com personagens do seu “sonho”, perdemos os insights nonsenses presentes no da Disney.

Dessa vez, temos atores que chamam atenção, se não pela performance, pelo menos pela beleza como Anne Hathaway, Mia Wasikowska, Helena Carter e Johnny Depp, em contrapartida, temos um ambiente hostil e árido, com pouca vida e poucas cores. É um filme para adultos? Bom, nessa nova aventura de Alice, ela tem um objetivo do qual não compartilhava em 1951. A saber, ela deve livrar o “mundo subterrâneo” – porque agora é advogado que tal mundo existe de fato, e ele só é “país das maravilhas” para a própria Alice – da tirania da rainha de copas. Ou seja, a garota – não, ela não é mais uma garota, mas sim, uma jovem adolescente – é uma espécie de “escolhida”, uma heroína (observação para seu traje de guerreira medieval nas cenas finais).

Talvez para justificar a ida de um público maior aos cinemas, os produtores optaram por dar um toque de aventura na trama. Sinceramente, não acho que caiu bem. Além disso, quem não sabia que na batalha Alice não seria a vencedora? Regra do cinema mainstream: Os protagonistas sempre vencem e nunca morrem. E o “quase clima de romance” entre Alice e o Chapeleiro Maluco? Beira ao piegas. Fora o renascer da jovem após sair do mundo subterrâneo, dizendo as verdades do mundo a todos, e transformando-se numa “mulher de visão e de negócios”.

É verdade que algumas mensagens ainda são transmitidas na película. Como o fato de enfatizar a perda paulatina de imaginação à medida que crescemos. No entanto, momentos essenciais são perdidos no ar, tal como o encontro de Alice com o gato ou com a lagarta. Aliás, eles existem, mas os temas são superficialmente abordados – será que em prol do grande público? Nada contra releituras, contanto que elas sejam boas, e não sei se esse é o caso de Alice no País das Maravilhas (2010). Por isso, continuo preferindo aquele mundo “onde flores pensavam que você é uma erva daninha, lagarta fazia o estilo fumante-intelectual, um coelho apressado corria porque estava sempre atrasado, um gato ficava sob sua própria cabeça, chaleiras cantavam, urubus eram guarda-chuvas, corujas tinham pescoço de sanfona e maçanetas falavam.

Certa vez quando escrevia no “mão no teto e chão no pé”, escrevi sobre o Alice no País das Maravilhas (1951), posteriormente pretendo postar esse texto aqui no chá de poejo. Para ver o site oficial do filme, clique aqui.
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Alice in Wonderland (Alice no País das Maravilhas), Estados Unidos - 2010. Dirigido por Tim Burton. Com: Anne Hathaway, Mia Wasikowska, Helena Carter, Johnny Depp. 108 minutos. Gênero: Aventura, Fantasia.
Nota: 7.0

O chá de poejo é um novo membro da SBBC

É com grande satisfação que anuncio o fato do chá de poejo, a partir de agora, fazer parte da SBBC (Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos). Agradeço a todos que votaram em meu blog pela confiança, e juro, que apesar do tempo escasso, estar sempre emitindo minha opinião neste espaço, participar das atividades da SBBC, e estar por dentro do que meus colegas tem escrito ultimamente. Afinal de contas, neste blog, o Cinema está em primeiro lugar.