Foto 1 - Um dos sensacionais quadros do documentário
-------------------------------------------------------------------------------------------------Duas coisas chamam atenção em ‘Lixo Extraordinário’, a primeira é o estranhamento inicial do Vik Muniz e dos que lhe rodeia ao saber do seu novo projeto, e a segunda, é a revelação de uma realidade que parece tão distante para nós. Sem dúvida alguma, o artista plástico conseguiu se reinventar e produzir um trabalho tão original quanto suas outras criações. Quem imaginaria que do lixo poderia surgir quadros tão singelos, leves e belos? Mais que fazer sua arte, Muniz mostrou o capital humano, nos presenteou com histórias de vida de pessoas sofridas, humildes e batalhadoras. E ao mesmo tempo, ficou preso a um dilema: O que fazer, ou o que será dessas pessoas após o trabalho que desenvolveram? Mesmo que todos se orgulhem da sua profissão de catador de material reciclável, alguns deles enfatizavam que aquilo não é vida para ninguém. Essas questões são juntamente mostradas ao processo criativo dos futuros quadros.
O ‘incrível’ é como os catadores trabalham a total revelia do poder público. Aparentemente, o problema não é trabalhar com lixo, no entanto, são as condições materiais e a degradação física que essas pessoas estão submetidas. Ninguém tem dúvida do n número de doenças a que elas estão expostas. Não há roupas apropriadas para o manejo do material, não há um serviço médico, nem mesmo básico. Por exemplo, há uma série de vacinas que eles deveriam tomar, e que provavelmente não foram tomadas, às vezes, até mesmo por desinformação. Imaginem o índice de mortalidade que não deve haver entre esse grupo! Um deles mesmo morreu, não sei se por conta do seu trabalho – a causa final foi câncer de pulmão – mas sabe-se lá. Não há um projeto educacional, e como se sabe, há uma reprodução das condições de vida, ou seja, a herança familiar interfere diretamente no nível de cultura que as novas gerações receberão. Não há nenhuma assistência familiar, a jovem retratada, com dezenove anos, já era mãe de duas crianças e ao final, estava esperando um terceiro.
O documentário tem o mérito de chamar atenção para várias facetas do mundo. Várias problemáticas são consideradas: a questão da produção absurda de lixo e da reciclagem, as condições desumanas de vida das pessoas, o descaso do poder público, a reivindicação de direitos através de um movimento oriundo dos catadores, o encontro com o outro (no sentido antropológico), a fama, e tantos outros aspectos. O documentário consegue captar e transmitir sentimentos, sem ser sentimentalóide. Vemos que todos ali estão aptos a acertar, errar, se arrepender e se recuperar, ou cair no mesmo ou em um novo erro. Mas pelo menos, todos os participantes das filmagens, ao menos, buscam uma única coisa: uma vida melhor. Muniz com esse projeto demonstra não apenas ter ajudado aos personagens da história, como também, ter sido completamente transformado por eles. ‘Lixo Extraordinário’, em suma, é tão bom quanto o próprio trabalho artístico do Vik Muniz!
Para acessar o site do documentário, clique aqui.
O ‘incrível’ é como os catadores trabalham a total revelia do poder público. Aparentemente, o problema não é trabalhar com lixo, no entanto, são as condições materiais e a degradação física que essas pessoas estão submetidas. Ninguém tem dúvida do n número de doenças a que elas estão expostas. Não há roupas apropriadas para o manejo do material, não há um serviço médico, nem mesmo básico. Por exemplo, há uma série de vacinas que eles deveriam tomar, e que provavelmente não foram tomadas, às vezes, até mesmo por desinformação. Imaginem o índice de mortalidade que não deve haver entre esse grupo! Um deles mesmo morreu, não sei se por conta do seu trabalho – a causa final foi câncer de pulmão – mas sabe-se lá. Não há um projeto educacional, e como se sabe, há uma reprodução das condições de vida, ou seja, a herança familiar interfere diretamente no nível de cultura que as novas gerações receberão. Não há nenhuma assistência familiar, a jovem retratada, com dezenove anos, já era mãe de duas crianças e ao final, estava esperando um terceiro.
O documentário tem o mérito de chamar atenção para várias facetas do mundo. Várias problemáticas são consideradas: a questão da produção absurda de lixo e da reciclagem, as condições desumanas de vida das pessoas, o descaso do poder público, a reivindicação de direitos através de um movimento oriundo dos catadores, o encontro com o outro (no sentido antropológico), a fama, e tantos outros aspectos. O documentário consegue captar e transmitir sentimentos, sem ser sentimentalóide. Vemos que todos ali estão aptos a acertar, errar, se arrepender e se recuperar, ou cair no mesmo ou em um novo erro. Mas pelo menos, todos os participantes das filmagens, ao menos, buscam uma única coisa: uma vida melhor. Muniz com esse projeto demonstra não apenas ter ajudado aos personagens da história, como também, ter sido completamente transformado por eles. ‘Lixo Extraordinário’, em suma, é tão bom quanto o próprio trabalho artístico do Vik Muniz!
Para acessar o site do documentário, clique aqui.
Lixo Extraordinário, Brasil/Reino Unido - 2010. Dirigido por Lucy Walker. Com: Vik Muniz. 99 minutos. Gênero: Documentário.
Nota: 9.0
1 comentários:
Passando pra deixar meu abraço.
Bom resto de semana.
Abraços
Postar um comentário