Milk mais do que um filme biográfico é um exemplo do fazer política e reivindicar direitos. A provável intenção do Gus Van Sant não era polemizar sobre a vida pessoal do protagonista, mas sim, discutir o papel de líder e as repercussões de seu ativismo para o meio gay norte-americano. Entretanto, é óbvio que figuras do seu meio íntimo sejam retratas, e que algumas passagens do seu cotidiano, não como político, faça-se presente no longa. Ora, ele construiu seu nome com o apoio de colegas, logo, essas pessoas são essenciais na trama.
O diretor não usa uma linguagem alternativa e experimental, mas tampouco segue a linha convencional. Ele na verdade mescla essas duas estéticas, e o resultado é um filme de linguagem tradicional com elementos experimentais e arrojados. Além disso, ele inclui noções da linguagem documental. Essa estética híbrida possibilita uma versatilidade e um dinamismo na condução da história. A proposta de Van Sant funciona perfeitamente, o que vemos é a importância da militância gay e a vida política do protagonista. É claro que Sean Penn é um dos fatores que fazem de Milk um grande trabalho. Penn não é uma reprodução de Harvey Milk, o ator consegue mergulhar no personagem, compreendendo suas atitudes, sentimentos, gestos, para ai poder reinventá-lo. Não tem como não prestar atenção no Milk de Penn quando ele diz: “My name is Harvey Milk and I want to recruit you.”
Li algumas críticas que falavam que o filme não consegue ser arrebatador. Bom, se as pessoas não conseguem ver na organização política nenhuma forma de explosão de emoções, se ninguém enxerga no desejo de mudança, no anseio por direitos, alguma forma de expressão genuína e avassaladora, eu realmente acredito que elas esperavam por uma película que contasse as experiências sexuais do protagonista.
O filme tenta mostrar aquilo que a grande maioria das pessoas ignorantes não consegue ver: os homossexuais são iguais a todos, tem os mesmos direitos e não devem ser tratados de forma distinta. A sexualidade de uma pessoa, assim como sua cor de pele, seu credo, sua condição social, sua região, seu sexo, não faz dela melhor ou pior. Mostrar isso é a função do filme em que se insere Milk, e isto é que faz da película e do personagem grande. Ao fim e ao cabo, este é um filme com uma temática específica - movimento gay, mas que fala a qualquer minoria, ele tem uma função mais geral. Afinal de contas, estamos falando de direitos inalienáveis e igualdade.
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O diretor não usa uma linguagem alternativa e experimental, mas tampouco segue a linha convencional. Ele na verdade mescla essas duas estéticas, e o resultado é um filme de linguagem tradicional com elementos experimentais e arrojados. Além disso, ele inclui noções da linguagem documental. Essa estética híbrida possibilita uma versatilidade e um dinamismo na condução da história. A proposta de Van Sant funciona perfeitamente, o que vemos é a importância da militância gay e a vida política do protagonista. É claro que Sean Penn é um dos fatores que fazem de Milk um grande trabalho. Penn não é uma reprodução de Harvey Milk, o ator consegue mergulhar no personagem, compreendendo suas atitudes, sentimentos, gestos, para ai poder reinventá-lo. Não tem como não prestar atenção no Milk de Penn quando ele diz: “My name is Harvey Milk and I want to recruit you.”
Li algumas críticas que falavam que o filme não consegue ser arrebatador. Bom, se as pessoas não conseguem ver na organização política nenhuma forma de explosão de emoções, se ninguém enxerga no desejo de mudança, no anseio por direitos, alguma forma de expressão genuína e avassaladora, eu realmente acredito que elas esperavam por uma película que contasse as experiências sexuais do protagonista.
O filme tenta mostrar aquilo que a grande maioria das pessoas ignorantes não consegue ver: os homossexuais são iguais a todos, tem os mesmos direitos e não devem ser tratados de forma distinta. A sexualidade de uma pessoa, assim como sua cor de pele, seu credo, sua condição social, sua região, seu sexo, não faz dela melhor ou pior. Mostrar isso é a função do filme em que se insere Milk, e isto é que faz da película e do personagem grande. Ao fim e ao cabo, este é um filme com uma temática específica - movimento gay, mas que fala a qualquer minoria, ele tem uma função mais geral. Afinal de contas, estamos falando de direitos inalienáveis e igualdade.
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Milk (Milk - A Voz da Igualdade), Estados Unidos - 2008. Dirigido por Gus Van Sant. Com: Sean Penn, James Franco. 128 minutos. Gênero: Biografia, Drama.
Nota: 9.5
3 comentários:
Belo filme, que consegue contar uma história importantíssima sem parecer didático ou enfadonho.
Sean Penn tem uma atuação excepcional, assim como o elenco coadjuvante e não se emocionar com as cenas que mostram a passeata depois do final trágico do protagonista é algo quase impossível.
Saudade dos teus textos, meu amigo
Abração
Clênio
www.lennysmind.blogspot.com
www.clenio-umfilmepordia.blogspot.com
Adooroo Sean Penn, ele está excelente em quase todos os trabalhos que ele faz. Nao conferi esse ainda, mas falam mto bem sobre ele. Seu texto tb,me fez me interessar mais. Vou assistir.
Abs!
Natalia
Oi Clênio,
realmente, Milk é um excelente filme e o Penn, se não o melhor, é pelo menos um dos melhores da sua geração. Estou em falta com você, nunca mais li/comentei nos seus textos. Mas aos poucos, estou retornando a ativa.
Grande Abraço,
Rodrigo.
Oi Natalia,
que bom que você se interessou mais ainda pelo longa, tenho certeza que você não irá perder seu tempo e muito menos se decepcionar com o que verá.
Abraço,
Rodrigo.
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